Um novo programa informático, que visa “melhorar a eficácia” no combate aos incêndios florestais, vai ser testado na quarta-feira por entidades portuguesas e espanholas para ser aplicado em Espanha, num investimento superior a 800 mil euros.
Susana Dias, do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), a única entidade portuguesa parceira neste projecto, explicou à agência Lusa que a aplicação informática pretende “melhorar a eficácia e a segurança” dos intervenientes no combate aos incêndios.
O programa SATFOR, segundo a responsável, está ainda em fase de desenvolvimento, mas já conta com várias ferramentas, como um simulador de formação para as pessoas envolvidas no combate aos incêndios, um visualizador para a gestão e monitorização de meios e uma aplicação com realidade aumentada.
Susana Dias explicou que o programa permite a um bombeiro, que esteja no terreno, fazer um vídeo ou uma fotografia através de telemóvel e enviar as imagens para o posto de comando e, caso recorra a um tablet ou smartphone, poderá saber a sua posição, bem como a dos seus companheiros.
“O programa funciona como uma recolha de dados, como se estivéssemos ‘in loco’ no terreno. É uma ferramenta de gestão de meios e de comunicação entre equipas”, explicou.
O projecto, desenvolvido por um grupo de parceiros espanhóis e que conta com a participação do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), através da Escola Superior Agrária de Elvas, envolve um investimento superior a 800 mil euros, comparticipados em 75 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
O programa deveria ficar concluído em Maio, mas, segundo Susana Dias, as entidades envolvidas estão a tentar “prorrogar” o prazo “até ao final do verão”, cabendo aos espanhóis a sua aplicação no terreno, não ficando excluída a sua utilização, no futuro, por parte da protecção civil portuguesa.
“Para já, este programa está a ser utilizado em teste pelas equipas de um dos parceiros espanhóis”, disse.
Para testar algumas das aplicações no terreno, Portugal e Espanha realizam na quarta-feira o primeiro simulacro transfronteiriço de um incêndio florestal, tendo como base o combate às chamas numa área de 940 hectares, entre Marvão (Portugal) e Valência de Alcántara (Espanha).
Em declarações à Lusa, o comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre, Belo Costa, indicou que os bombeiros daquela região alentejana vão envolver no simulacro cinco viaturas e 25 elementos.
O objectivo da iniciativa luso-espanhola é treinar a estrutura operacional e a acção dos recursos de ambos os países e verificar as ferramentas criadas no projecto SATFOR.
O exercício vai simular um incêndio florestal que se inicia em Valência de Alcántara e que evolui favoravelmente com a força do vento até à zona do Marvão, atravessando áreas populacionais e agrícolas.
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